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13/11/2014

Frases de Manoel de Barros




Poesia é voar fora da asa.
Manoel de Barros

Tentei descobrir na alma alguma coisa mais profunda do que não saber nada sobre as coisas profundas. Consegui não descobrir.
Manoel de Barros

Natureza é uma força que inunda como os desertos.
Manoel de Barros

Passava os dias ali, quieto, no meio das coisas miúdas. E me encantei.
Manoel de Barros

Quando as aves falam com as pedras e as rãs com as águas - é de poesia que estão falando.
Manoel de Barros

Quem anda no trilho é trem de ferro, sou água que corre entre pedras: liberdade caça jeito.
Manoel de Barros

Um fim de mar colore os horizontes.
Manoel de Barros

Gosto de viajar por palavras do que de trem.
Manoel de Barros

Há um comportamento de eternidade nos caramujos.
Manoel de Barros

O mundo não foi feito em alfabeto.
Senão que primeiro
em água e luz.
Depois árvore.
Manoel de Barros

Que a importância de uma coisa não se mede com fita métrica nem com balanças nem barômetros etc. Que a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós.
Manoel de Barros

Poesia não é para compreender mas para incorporar
Manoel de Barros

Entender é parede: procure ser árvore.
Manoel de Barros

Fui criado no mato e aprendi a gostar das coisinhas do chão –
Antes que das coisas celestiais.
Manoel de Barros

Meu fado é de não entender quase tudo.
Sobre o nada eu tenho profundidades.
Manoel de Barros

Melhor jeito que achei para me conhecer foi fazendo o contrário.
Manoel de Barros

A palavra amor anda vazia. Não tem gente dentro dela.
Manoel de Barros

O maior apetite do homem é desejar ser.
Manoel de Barros

Se os olhos vêem com amor o que não é, tem ser.
Manoel de Barros

Só quem está em estado de palavra pode enxergar as coisas sem feitio.
Manoel de Barros

"... Cresci brincando no chão, entre formigas. De uma infância livre e sem comparamentos. Eu tinha mais comunhão com as coisas do que comparação. Porque se a gente fala a partir de ser criança, a gente faz comunhão: de um orvalho e sua aranha, de uma tarde e suas garças, de um pássaro e sua árvore. Então eu trago das minhas raízes crianceiras a visão comungante e oblíqua das coisas. Eu sei dizer sem pudor que o escuro me ilumina. É um paradoxo que ajuda a poesia e que eu falo sem pudor. Eu tenho que essa visão oblíqua vem de eu ter sido criança em algum lugar perdido onde havia transfusão da natureza e comunhão com ela. Era o menino e o sol. O menino e o rio. Era o menino e as árvores."
Manoel de Barros